No último 5 de outubro completei mais um ano de vida. 20, agora tenho. Ganhei de presente do meu pai e de alguns amigos alguns livros, sobre os quais discorrerei brevemente, sem nenhum pudor ou critério, aqui, enquanto ouço esta música (não é ótima?)
Afora o que consta nas orelhas, eu ainda não li nenhum dos livros, mas sei mais ou menos do que tratam, até porque todos estavam na minha wishlist da Livraria Cultura.
- A sociedade do Espetáculo, Guy Debord.
Este livro está na minha must-read list há horas. Não recordo onde ouvi falar dele pela primeira vez, mas trata-se de um livro bastante conhecido. Foi lançado um ano antes do Maio de ’68, na França, e dizem ter “previsto” toda a sociedade de consumo do nosso século XXI. Totalitarismo midiático e invasão do espetáculo em todas as esferas da nossa vida parece ser a tese do autor. Estou bastante ansioso para começar a lê-lo. A edição é da Contraponto e é bem bonita. Eu até já tinha esse livro em epub, mas ler no papel é muito melhor. Quase esqueci: tem filme desse livro também – o Debord era cineasta –, mas nunca assisti.
- O Anatomista, Federico Andahazi.
Quem me sugeriu esse livro foi uma amiga que estuda Letras nos EUA, depois de ter lido meu livro Lili. De acordo com ela, o estilo do autor lembra a ironia dos textos meus e de Douglas Adams (heh). O autor é um porteño que, além de escritor, é, assim como 40% da população de Buenos Aires, psicanalista. A história trata de um anatomista do século XVI que descobre o poder do clitóris no corpo feminino. O plot é ótimo. Eu demorei até encontrar uma edição em português dessa obra; só achava em espanhol e uma edição em inglês. Acabei encontrando da L&PM Pocket. Eu normalmente não gosto das edições desse selo, mas essa tem uma fonte agradável – o que estraga é a lombada, quando tenho que esgaçar o livro pra ler as letrinhas que caem no meio do livro junto com os fios de cabelo – mas enfim… Show.
- Dubliners, James Joyce
Clássico, né. Trata da vida da classe média dublinense por volta dos anos ’20, se não me engano. A edição é da Penguin Books. É daquelas “reimpressões”, que parecem xerox. Bem simples. A folha é tipo jornal, típica dos pockets no mundo anglo-americano. Esse é um daqueles livros que eu sei que tenho que ler um dia na vida. Do Joyce eu tenho (não dá pra dizer que já li) Finnegans Wake. É uma obra que eu adoro. Adoro. Minha bíblia, leio quando preciso de palavras de sabedoria.
- Tender is the Night, F. Scott Fitzgerald
Quem me recomendou foi – inusitadamente – meu professor de Direito Penal, há uns dois semestres. Não lembro a ocasião, mas me pareceu ótimo e coloquei na wishlist. A história é, pelo que me consta, sobre o romance entre um psiquiatra e uma paciente. Do Fitzgerald li O Grande Gatsby, e gostei bastante. Fiquei com vontade de sentir aquele calor dos EUA nos anos ’20 de novo. Acho que vai ser uma boa leitura. A tradução, se não me engano, é “Suave é a Noite”. A edição é a mesma do Dubliners.
- A Invenção Democrática, Claude Lefort
Esse livro entrou pra minha wishlist quando assisti a uma palestra do Vladimir Safatle – não lembro o assunto. Lefort foi um socialista, membro do Socialisme ou Barbarie, pupilo de Merleau-Ponty, e deu aulas na USP nos anos ’50. A tese do autor é, chulamente falando, de que o Estado Democrático de Direito é antes Democrático, porque político, e só então, de Direito, porque jurídico. A esfera política, nos círculos concêntricos do Estado, é mais ampla do que a jurídica. Bastante interessante. É outro que estou ansioso para começar a ler. A edição é da Autêntica; apresentação e tradução do prefácio pela Marilena Chauí. [Falando em Safatle, publicaram minha resposta a um texto dele na edição da semana passada da CartaCapital].
- Paralelo 42, John dos Passos
Last but not least, o primeiro volume da trilogia USA, composta de Paralelo 42, 1919 e O Grande Capital, de autoria de dos Passos. A história é de cinco americanos no início dos anos XX tentando ganhar a vida. A crítica fala muito bem desse livro, principalmente pela técnica narrativa do autor, que se vale de recortes de realidade para compor a ficção. John dos Passos, além de ser reconhecido como um dos maiores escritores de sua época, também tem um nome absolutamente cool. Se eu pudesse mudar meu nome e me fossem dadas 30 opções, incluindo John dos Passos, independentemente das demais, eu escolheria John dos Passos. Exceto, talvez, se uma delas fosse Nabucodonosor. Não sei. A edição é da Benvirá, que, descobri há pouco, é um selo da Saraiva.
Sem mais, por ora.