Enviei o seguinte na avaliação institucional da Faculdade de Direito da PUCRS no campo de avaliação do andamento do curso.
“Para um curso de 5 anos como é o Direito, acho que a estrutura do bacharelado carece de cadeiras mais humanísticas e de propedêutica jurídica. Disciplinas como filosofia do direito e ciência política poderiam ser mais privilegiadas, talvez com carga horária maior. Sinto falta de cadeiras como história do direito, direito romano e filosofia política, por exemplo. Não sei se se trata de opção da universidade/faculdade em preferir um currículo mais ‘tecnicista’, voltado à advocacia, para atender o que supostamente seria a demanda do mercado, mas acho importante deixar claro que não são todos os alunos que estuda direito para virar advogado. Entretanto, o que mai se houve dos professores é “isso pode cair no exame da ordem”, “estudem pois daqui a pouco vocês estarão fazendo o exame da OAB”. Não sei como é a realidade das outras turmas, mas pelo que conheço dos meus colegas, é a minoria que pretende advogar.
Não critico a postura dos professores – longe disso. A absoluta maioria dos professores que tive durante o curso foram ótimos. Alguns brilhantes. Só penso que seria interessante, por parte da direção da faculdade, repensar a estrutura curricular para poder acomodar tanto, de um lado, cadeiras de propedêutica, para fomentar o ‘pensamento’ jurídico de fato, para formar não só aplicadores, mas pensadores do direito; e do outro, tentar evitar o foco quase exclusivo na formação do aluno para a advocacia.
Imagino que alcançar uma meta dessas não seja fácil. Mas acredito que progressivamente, com o diálogo entre direção e corpo discente, seja possível melhorarmos ainda mais o ensino do Direito na nossa faculdade”.